Organizador: Roberto Ramon Queiroz de Assis
ISBN: 978-65-5381-204-8
DOI: 10.51859/amplla.psh048.1124-0
Ano da publicação: 2024
O conjunto de artigos enfeixados no livro Pensar os sertões: história, cultura e sensibilidades, efetivamente, intencional ou não intencionalmente, indiciam formas de pensamento sobre os sertões. Escritos por historiadores e historiadoras em formação, muito jovens, em sua maioria, eles testemunham não apenas a prevalência de dadas tradições historiográficas, mas a prevalência de dadas formas de ver e dizer os sertões. Desde a escolha dos temas, passando pelas fontes escolhidas e pelas estratégias de pesquisa adotada, esse livro indica a permanência de maneiras de ver, dizer e pensar a espacialidade nomeada de sertaneja. Na quase totalidade dos textos, os sertões é uma certeza, os sertões é um espaço inquestionável, ele é e ponto. Servindo de lugar, de localização espacial para os eventos, mero cenário sobre o qual a história acontece, no entanto, ele vai assumindo vários nomes, ele vai se multiplicando à medida que é contado e cantado, a medida que vai se transformando em vários cantos. Ele vai ser Seridó, ele vai ser Cariri, ele vai do Rio Grande à Ilha do Fogo, ele vai se tornar Nordeste. Em cada canto uma história, uma unidade que se dispersa, uma certeza que se abala – muitas vezes à bala -, uma inteireza que se reparte, uma presença que se desgasta. Mania de metonímia, que vê todo aonde há parte, que enxerga homogeneidade onde impera a diversidade.